domingo, 13 de setembro de 2009

COCAINA

Poucas drogas tem recebido tanta atenção dos meios de comunicação nos últimos tempos quanto a cocaína. Até novelas de horário nobre têm estimulado debates sobre a cocaína, incluindo relatos verídicos de pessoas que se tornaram dependentes de seu uso.
Quimicamente, a cocaína é um alcalóide (substância química que contém nitrogênio, carbono, oxigênio e hidrogênio) e tem propriedades químicas semelhantes às aminas.

Como tal, a cocaína reage com ácidos, incluindo o HCl, formando sais. O cloridrato de cocaína é um sal obtido na extração da cocaína e tem propriedades semelhantes às do cloreto de sódio – facilmente solúvel em água e razoavelmente estável quando submetido a aquecimento.
Quando o cloridrato de cocaína reage com bases, é convertido em cocaína pura, também chamada “base livre”, que tem propriedades bem diferentes.
Durante a reação de produção, essa base é formada por um sólido branco em uma fina camada como uma folha que se quebra (cracks) em flocos ou torrões. Por causa desse processo, o produto obtido é chamado de “crack” – denominação que também é adotada no Brasil sem tradução.
Diferentemente do sal cristalino de origem, essa base vaporiza facilmente. A inalação desses vapores de cocaína produz rapidamente uma sensação muito mais aguda e intensa comparada com a produzida pelo sal. Inevitavelmente, a depressão que se segue também é mais profunda.
Obtendo a cocaína – transformações químicas

A cocaína é obtida a partir de plantas derivadas da Erythoxylon coca, que cresce abundantemente nos Andes. A composição química da planta inclui alguns alcalóides sendo de 30 a 50% de cocaína. A droga é extraída da planta em duas fases.
Na primeira fase da extração, as folhas são colocadas em uma prensa junto com ácido sulfúrico, querosene ou gasolina e comprimidas até formar uma massa ou pasta que contém até 90% de sulfato de cocaína.
Na segunda fase, para remover as impurezas remanescentes, essa pasta é tratada com ácido clorídrico e produz o cloridrato de cocaína, branco e cristalino.
Para elevar os lucros, o cloridrato de cocaína costuma ser diluído ou adulterado com açúcares, anfetaminas ou anestésicos, produtos mais baratos e acessíveis nas regiões onde a droga será consumida. Assim a cocaína vendida aos usuários, em geral, tem pureza de 12 a 75% e expõe o consumidor a outras substância, desconhecidas e potencialmente perigosas.

MORTIMER, Eduardo Fleury: Quimica, volume unico:ensino médio/ Eduardo Fleury Mortimer, Andrea Horta Machado - São Paulo: Scipione,2005

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Os hidrocarbonetos aromáticos e a ocorrência de câncer de pulmão entre fumantes

Apesar de os fabricantes de cigarro serem obrigados a informar o teor de nicotina e alcatrão na embalagem dos maços de cigarro, não o fazem com a enorme quantidade de outras substãncias presentes, em teores variáveis, na fumaça aspirada pelo fumante. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) informa, pela internet, que aproximadamente 4 700 diferentes substãncias são adicionadas na preservação do tabaco ou estão presentes na fumaça do cigarro., quando este é queimado. A lista inclui coisas tão diversas como a amônia, usada em produtos de limpeza; acetona, utilizada como solvente para esmalte de unhas; e até formol, usado para conservar cadáveres. Mesmo que os teores sejam muito baixos, a inalação constante dessas substâncias pode trazer sérias consequências à saúde do fumante.[...]
Apesar de estar associado ao câncer de pulmão há décadas, os agentes cancerígenos específicos contidos na fumaça do cigarro e o mecanismo pelo qual eles provocam câncer permaneceram desconhecidos até 1996. Foi somente nesse ano que cientistas descobriram que o benzopireno, substãncia encontrada na fumaça do cigarro, é oxidado a um carcinógeno - substância que transforma umas célula normal numa célula cancerosa - que se liga a nucleotídeos específicos no gene denominado P53 e, muito provavelmente, provoca sua mutação. O gene P53, após a mutação, deixa de inibir o desenvolvimento de tumores. [...]

Mortimer, Eduardo Fleury. Química V.unico: ensino médio. Eduardo F.Mortimer, Andréa H.Machado.São Paulo. Scipione,2005. pp 356,357.